quinta-feira, 15 de maio de 2008

Mapas do Oriente Médio

O link leva a um site especializado em turismo com mapas bem elaborados e com informações bastante completas.

Mapas na Internet

O link leva a uma página na internet de mapas bastantes atuais do Brasil e da América do Sul, além de trazer informações turísticas importantes.

Sites de revistas de História

Siga o link que vai dar em uma página da internet onde você vai encontrar outros links para visitar o site das editoras ou universidades.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Lei Áurea

Veja alguns informações utéis sobre o processo de libertação dos escravos e o que representou a lei.

Regência

Regência Brasileira
1831--1840
Não esqueça de navegar pela página e acessar os links que aparecem para que você conheça melhor um pouco dos eventos relacinados.

Guerras Napoleonicas

Veja informações sobre a vinda da família real para o Brasil e sobre as guerras napoleônicas.

Guerras Napoleonicas

Revolução Francesa

Siga o link e terás algumas informações sobre a Revolução Francesa

Poesia

Quem te vê assim
Com belas roupas a cobrir teu corpo
Nem imagina
Que bela menina
ai está
A sorrir
E a fazer chorar
Meu coração

Quantas saudades
buscando felicidades!

Seus cabelos soltos
A brisa leve toca
A sonhos revoltos
Em meus sonhos envoltos

Quem te quer
Que te ame
Que te amanhe

Menina de fala mansa
Mulher tão feminina



Quantos dias se passaram
Desde que te vi pela primeira vez
Sonhos passaram
Por minhas noites
Mal passadas
Sonhando com você

E a cada vez que
novamente te via
Meu coração estremecia
Era um sonho indizivel
E era possível
Que você sentisse o mesmo



Meu coração te espera
Meu corpo se desespera
Pensando em você
Venha me ver
Me matar de prazer

Link para livros

Links para livros digitais, Cordel
www.ebooksbrasil.org
Clique no link para encontrar livros no formato digital(para ler no computador).
Prefira os livros em formato pdf.
Procure por Catulo da Paixão Cearense, que você encontrará 3 livros de literatura de cordel de valores inestimavéis.

História uma visão

História, uma visão
Sobre a história
Assim se vai o tempo
A desabar o coração que quer desabrochar
Um lugar que nenhum olhar vê
Um sentimento que só existe em pensamento incerto
Uma marca que foi criada
Para delimitar um espaço e um tempo ilimitável
Um tempo incontrolável
Tempo de calendário,
Tempo cronológico,
Tempo psicológico,
Tempo epistemológico
Que escapa entre os dedos
Tanto mais é apertado
Quem pode confiar no que não lhe convém?
Quem pode pedir o que não deseja?
Será tão fácil falar do que não se conhece?
Falar do que não lhe toca?
Reconstruir algo que nunca viu, sem elementos para montar o que não se tem certeza?
A história é assim fruto da construção dos homens, baseada em princípio icognicíveis, em preceitos imperfeitos.
Ela é fruto do olhar do historiador.
As vezes é transviada, para desgosto do historiador, para atender o interesse de quem quer lucrar, criar mitos, legitimar pensamentos, longe de ser uma construção coletiva, impessoal.
É muita das vezes personalista, positivista, arraigada em datas e nomes, em figuras centrais.
Uma pessoa na multidão é vista apenas como mais um ingrediente dessa grande massa; por assim dizer: massa de manobra.

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Em breve posts, artigos e resenhas de livros de história , neste blog!!!!!!!!!!!!!!!!

PDE

Link para o PDE
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terça-feira, 13 de maio de 2008

Caminhos e fronteiras: a visão de um paulista.


Caminhos e fronteiras: Sérgio Buarque de Holanda, 1902 – 1982.
3ª ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 1994; 300 pág.


O livro aborda as três matrizes da formação do povo brasileiro: o índio, o branco e o negro, apesar de falar pouco a respeito do negro. Mostra a contribuição de cada um na construção ideológica e cultural de nosso povo. Pretende analisar um período de tempo que vai do descobrimento ao século XVIII; observando a expansão territorial brasileira e dando maior enfoque e valorização na contribuição paulista para a cultura, desenvolvimento e desenrolar da história brasileira.
O autor divide o livro em tópicos onde busca alcançar com a utilização de literatura, observações e pesquisas pessoais, além de fontes disponíveis, um estudo às vezes minucioso, outras vezes bem geral sobre tais tópicos.
Podemos entender que o autor sendo paulista valorize mais, e até tenha mais acesso as fontes que tratem do assunto que aborda, a fim de que o trabalho seu ficasse mais completo precisaria de mais tempo, viagens e recorrer a outras fontes.
No entanto apesar de mostrar de certa forma uma visão parcial que supervaloriza a participação paulista, ele nos brinda com reflexões, importantes sobre a nossa cultura, o desenvolvimento econômico nos primórdios do Brasil, problemas enfrentados, permanências e mudanças culturais, de forma de trabalho e até tradições que ao longo do tempo sobrevivem com poucas mudanças.
Sérgio Buarque de Holanda, neste seu livro lança seu olhar através do tempo, tendo como filtro as fontes que escolhe. Lança seu olhar, sobretudo a respeito da vida material do povo ao longo do tempo, na especificidade, do tempo que escolhe para marcar seu espaço de análise, nos trazendo um importante tributo a nossa história. Vemos bem que o brasileiro aqui mostrado é alguém que aprende com o meio em que vive. Para a sua sobrevivência se adapta as condições, mais adversas, onde busca no outro contribuições para o seu meio de vida. O homem lançava mão do conhecimento adquirido graças a observação constante da natureza, que o tornava apto a escolher o momento e a época certa para o plantio, para a colheita, a madeira certa para a construção de suas humildes casas e canoas, a pressentir um tempo bom ou mau que estivesse por vir. Vemos claramente, que o que somos o que comemos, a nossa cultura, é um resultado da mistura que nos faz um povo único.
Sérgio Buarque tenta contemplar os vários aspectos da vida cotidiana, e como os habitantes desta terra, faziam para enfrentar as dificuldades materiais que eram postos a prova a todo o momento. Parece-nos que o homem branco que aqui veio parar aprender, fez muitos usos das técnicas e conhecimentos indígenas, bem como na impossibilidade de poder fazer com que sua vida material se se torna mais amena, viu-se obrigado e de certa forma prontamente adaptado a essa nova situação: o homem branco que noutras paragens estava acostumado a andar sempre calçado, a trilhar caminhos bem desenhados na geografia do seu meio natural, aqui não andava calçado, habituado como fora, forçado pela necessidade, seguia as trilhas indígenas, busca os recursos que os índios graças a sua habilidade e ao contato natural que tinham com os meios naturais, para poder sobreviver, fazer suas conquistas, suas entradas no sertão, em lugares que de nada valia os seus conhecimentos de civilizados, cumpriu lançar mão da natureza e aprender com ela.
Assim podemos perceber que o homem branco se tornou de certa forma, um novo ser, um ser moldado pela necessidade, onde seu corpo, seus pés e suas mãos eram ferramentas e instrumentos que se adaptavam, ao solo, aos espinhos, as necessidades impostas pelo meio.
É nos apresentada a cultura indígena, que de uma forma ou de outra contribui e influi na maneira de viver, nas crenças, costumes, alimentação e outros aspectos da vida material e cultural. Elementos folclóricos, alimentos como o milho, a mandioca, o mel, o uso da cera, a construção de canoas, a forma de se guiar no meio do mato, remédios, lendas, tudo isso e muito mais faz parte da nossa constituição social e cultural e jamais pode ser dissociada do aprendizado da nossa gente.
Problemas como a falta de água em uma marcha? Bambus, cipós, raízes resolviam com a água acumulada em seus interiores. Esta é mais uma técnica aprendida com os índios. Além do mais os índios como moradores desses rincões conheciam o meio onde viviam e exploravam ao máximo os recursos disponíveis. Não podemos também esquecer de técnicas agressoras do meio-ambiente como a coivara, que é sem dúvida umas das maneiras de se limpar a terra para plantar que os agricultores brancos copiaram dos índios.
Ainda se pescava com espinhos tortos, quando de Portugal, se faziam encomendas de anzóis de ferro para a pesca.
Não nos esqueçamos do mel (que o homem branco aprendera com o índio de acondicionar as colméias em cabaças para facilitar o transporte e o manuseio e retirada do mel, em espécies como a jataí) e da cera e suas utilidades nos primeiros tempos do povoamento do nosso Brasil: a utilidade para adoçar os alimentos do mel, como remédio, como iguaria alimentar e a cera para a iluminação os rituais, para encerar os tecidos tornando os impermeáveis a água da chuva. Prova dessa utilidade é que ainda hoje apesar de ser de forma mais organizada e trabalhada o mel constitui fonte de renda, e não se encontrou um alimento natural com poderes terapêuticos similares.
Se bem observarmos a base da alimentação humana no Brasil continuam sendo os mesmos alimentos: mandioca, milho, feijão, batata, o trigo, açúcar, arroz. No caso do arroz houve uma maior generalização de seu uso apenas no final do século XVIII, quando se encontrou espécies mais produtivas e ele se aclimantou-se bem as várzeas paulistas. Sem falar das iguarias do bugre que para o homem que vivia sempre em meio a viagens e deslocamentos, tornou-se fonte de energia, como os pinhões, araticuns, pitangas, etc. O autor nos mostra de uma forma simples a trajetória desses alimentos no cardápio dos brasileiros, ao menos os da região por ele abordada (São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná). Nos primeiros tempos vimos que houve dificuldades para a implantação de alguns como o trigo que aqui era usado da mesma maneira que o milho, até que se se torna uma cultura tão presente no centro-sul de nosso país.
A caça e a pesca sempre foi uma maneira importante de se conseguir alimentos utilizados pelos nossos antepassados para saciar a fome. Na impossibilidade, de muitas vezes não poder esperar os frutos da lavoura e devido a grande mobilidade da população quer indígena ou branca, se torna imprescindível a caça e a pesca bem como a coleta dos frutos e frutas que a natureza oferecem a essa população semi-nômade. Como podemos observar nesse livro, grande parte das armadilhas, técnicas de caça e termos de caça foram apropriados dos índios, os primeiros habitantes desse chão.
O homem branco em suas incursões no mato a fim de fazer novas descobertas ou trilhar caminhos já conhecidos se usava algum arma de fogo como o arcabuz, por exemplo, tinha que contar com a sorte da umidade não contaminar esse meio de proteção ou ataque conforme o caso e via-se na eminência do gentio da terra lhe superar dado a conhecer melhor o terreno e mesmo dispondo de somente arco e flecha lhe surpreender e ter mais vantagem dado a facilidade do manuseio de rudimentar artefato que poderia indubitavelmente fazer pontaria e atirar cinco ou seis flechas enquanto este outro ainda estivesse no primeiro tiro, sem falar, que com o expediente do branco dificilmente se faria surpresa devido ao tamanho e ao ruído da arma.
Para a defesa, o paulista, como bem diz o autor, para se prevenir das estocadas das flechas contrárias em suas incursões à busca de ouro, índios, ou andanças a busca de alguma caça souberam fazer do couro da anta proteção contra as flechas. Essas couraças que serviam para resguardar o peito, às vezes também as pernas e braços eram revestidas de algodão da terra. Este algodão da terra acabou-se por sobrepor-se ao importado que inutilmente até o século XVIII o europeu tentava substituir por outro que vindo da Europa era mais precoce, mais tinha a desvantagem de ter que se plantá-lo anualmente enquanto o algodão arbóreo natural do Brasil no segundo ano continuava se desenvolvendo e produzindo.
A população que seguramente no período tratado pelo livro que em sua imensa maioria habitava os campos e estava acostumada para prover seu sustento, seu agasalho, sua comodidade, apreender do índio técnicas primitivas que possibilitaram à criação da manufatura dos tecidos rústicos de algodão, os panos, as redes e outros objetos que se usava de ordinário o algodão faziam o necessário para a sua manutenção. Apesar de haver proibição régia para se fabricar tecidos finos, mais bem acabado a gente do interior acostumadas com a intempéries do clima e as condições insalubres do meio em que viviam isso a eles pouco ou nada afetou.
Para o tratamento de moléstias o sertanejo muitas das vezes utilizou como ainda utiliza hoje de alguns remédios, ervas ou atitudes que não poderemos dizer dado a mistura que se tem se é de origem indígena ou européia. O que sabemos é que os três elementos que constituíram o povo brasileiro contribuíram para a formação do folclore, coisa que torna o brasileiro um ser único. É certo como nos fala o autor que houve pelo menos em muitos rincões dificuldade em se impor uma língua puramente portuguesa, pois os homens que aqui viviam estavam acostumados a usar o linguajar onde se encontrava traços de todas as culturas aqui representadas: a nativa, a européia e a africana. Tanto é que são conhecidos a influência inclusive nas superstições que recebeu nosso povo a crença em mau olhados, a crença em castigo divino, etc. encontrado em nosso povo. Isso se dá também pela influência da igreja católica no nosso meio que desde os primeiros tempos esteve presente.
Os jesuítas tiveram sua grande colaboração à medida que fazia a ligação do índio sua cultura e a cultura branca. O jesuíta e o branco em geral ensinavam, mas também aprendiam com o índio. E de notório saber que o jesuíta procurava se inteirar da cultura indígena e da sua língua antes de começar a catequese.
O nosso autor não cessa de citar suas fontes como Hans Staden que descreve em pormenores a sua experiência de vida entre os índios do Brasil, pecularidades como o estrago que o bicho de pé fazia nos pés dos nativos pelo descuido de dar-lhes tratamento adequado. É bem certo também o quanto o europeu temia os mosquitos e as doenças causadas por algumas espécies deles que acometeram de morte muitos brancos, índios, escravos nas incursões de reconhecimento de terra, na ida pelos rios até o Cuiabá, que deixou muitas vitimas pelo caminho, mas que apesar de saber dos males que corriam por esse trajeto ele ainda era preferível que o trajeto por terra que certamente seria pior porque ainda além das auguras do clima, e os malefícios de doenças ainda teriam que enfrentar índios bravios.
Não podemos nos esquecer do privilégio tido pelas pessoas mais velhas entre os índios, que nos mostra o respeito que nos falta a nossos idosos. Os idosos entre os índios são tidos como sábios como detentores da sabedoria necessária à vida, conhecedores de remédios, sortilégios e são memória viva dos antepassados.
Passagem interessante do livro é donde fala dos peões e tropeiros, da utilidade do tropeiro no pequeno comercio que se verificava na América Portuguesa por serem eles que vendiam elementos necessários à vida, pelo menos a quem podia comprar como o sal, algum tecido, alguns itens da botica médica sertaneja. As primeiras estradas e lugares de passagem por tortuosos que eram e de difícil acesso, também por serem estreitos dificultavam a passagem de homem a cavalo, por isso na grande maioria das vezes era preferível fazer se marcha a pé e com auxilio de escravos ou até mesmo índios domesticados, conduzir a carga necessária à viagem e se transportar instrumentos necessários à vida sertaneja. O cavalo só tornou-se recomendável, com o tempo à medida que as estradas se tornaram mais largas e transitáveis, sem esquecer que nem sempre havia lugar para adquiri-los e sua manutenção era custosa.
Dentre os instrumentos agrícolas que auxiliam o homem do campo nas suas tarefas mais rotineiras como preparar o milho para fazer a canjica, o arroz que deveu sua utilização já um pouco mais a frente no segundo século da exploração e habitação de portugueses no Brasil, o monjolo foi importante. Encontrava-se como ainda há poucos anos se encontrava em pontos isolados, vários modelos deste instrumento de origem asiática, movidos com a utilização da água ou com a interferência direta humana. As quedas de água que o nosso país é pródigo veio em boa hora no auxilio deste instrumento que tem lugar cativo na historia cabloca. O monjolo auxiliou muito o homem sertanejo no preparo de cereais para a alimentação humana, tanto é que dada à facilidade de seu uso para o preparo do milho para se fazer a farinha de milho, tornou esta farinha preferível a de mandioca, talvez pelo seu sabor diferente, mas certamente pela facilidade maior de se preparar este alimento que fazia parte da ração essencial humana, entrando como artigo indispensável no preparo de alimentos de valor nutricional importante. Na página 147 encontramos um pequeno trecho que nos fala de alimentos importantes nas incursões bandeirantes, não só pelo valor nutricional como também pela facilidade de preparo. Esses artigos essenciais acrescidos de frutas e alimentos encontrados na natureza constituíam uma dieta razoável para o bandeirante.

...Esses produtos, e particularmente o feijão, que era o panem nostrum quotidianum dos navegantes, segundo um deles, compunham, com efeito, a base de toda a sua dieta. A farinha servia não só para as refeições principais, mas ainda, se de milho, para o preparo da jacuba, beberagem indefectível nessas jornadas. Para completar recorriam aos pescados também aos palmitos, frutas e caça, que se apanhavam geralmente a tarde, quando as canoas embicavam pelos barrancos, ou de manhã, antes de prosseguir a viagem.

Houve tentativa da parte dos governantes em tentar impor certo gosto alimentar, tentativa que não deu em nada, como a de certa forma querer obrigar no estado de São Paulo, aos agricultores de plantar o trigo, só futuramente nas várzeas sulinas essa cultura encontro bom êxito e agricultores que se interessasse em plantá-la.
As incursões bandeirantes paulistas segundo parecem ao autor, junto com a criação de gado, foram elementos essenciais para a expansão territorial do nosso Brasil. Os bandeirantes estavam na maioria das vezes à procura de minas de ouro, que após seu esgotamento acaba por fixar a população nestes locais. A agricultura era desprezada por esses garimpeiros, pois procuravam seu sustento enquanto continuavam iludidos com o ouro nas matas e nas poucas reservas que levavam consigo e quando não tinham outro remédio plantavam algum alimento como o feijão e o milho dado a sua rapidez para fornecer o sustento. Essas minerações foram responsáveis pelo deslocamento e pelo povoamento de áreas antes não penetradas. Os rios como o Tietê e o Paraná foram importantes vias fluviais para o deslocamento e para facilitar o povoamento de novas áreas. Estes rios como também seus tributários serviam de rota e de bússola para que esses intrépidos bandeirantes não se perdessem e organizassem melhor suas bandeiras.
A agricultura dava poucos resultados, não houve alguma melhora enquanto não houve a introdução de alguns instrumentos agrícolas metálicos como o arado e a charrua para preparar a terra. E claro que esses instrumentos agrícolas tiveram que sofrer algumas adaptações para poderem melhor servir ao clima, a técnica agrícola, e as terras do nosso Brasil. A respeito da tentativa de se fabricar instrumento metálico que pudessem auxiliar na nossa agricultura, Sergio Buarque de Holanda, nos faz referencias aos engenhos de se preparar o ferro em lingotes para que os ferreiros pudessem fazer as ferramentas indispensáveis. Essa tentativa se esbarrou na imperícia dos investidores e donos do engenho, a falta de pessoas qualificadas para lidar com os fornos catalães, o alto custo do metal ao consumidor final e porque não dizer o pouco interesse das pessoas governantes. Devido a isso se tornava lamentavelmente mais favorável importar artigos metálicos. Enquanto isso Portugal que deveria fornecer esses artigos não possuindo indústrias que manufaturasse tais artigos ou não os tendo em quantidade suficiente era obrigada a recorrer a grande potência da época: a Inglaterra.
O homem brasileiro nestes primeiros séculos de civilização, não estava acostumado a luxos, tanto é que preferia usar de redes ao invés de cama a tal ponto de se considerar a cama um artigo de luxo digno somente de pessoas nobres ou muito ricas. É certo que a população dos primeiros tempos em sua boa parte estava em mais contato com a natureza e era mais móvel por isso o uso da rede que era de mais fácil transporte e nos climas mais quentes era melhor aceita. O autor nos relata usos da rede carregada por índios ou escravos até como meio de transporte para pessoas mais ricas para se moverem em lugares de difícil acesso que as preferiam aos cavalos.
O comércio estava quase que sempre restringido a produtos de primeira necessidade, já que os habitantes nestes primeiros séculos de colonização como trata o livro, produziam basicamente todos os gêneros necessários à subsistência. O que era comprado ou trocado era o que faltava ou não havia meios de se produzir no meio onde se vivia. Havia um comércio de importância que não podemos desprezar, mas só que apenas entre as pessoas de posses que poderiam se dar ao luxo de comprar algo mais do que o trivial para a subsistência: Como instrumentos para a agricultura, tecidos finos, algumas jóias ou algum outro objeto. A maioria da população que naturalmente vivia no meio rural e eram constituídos de pessoas com poucas posses, escravos e índios não tinham como adquirir estes bens.
O livro é bom, peca somente pelo excessivo zelo e valor exarcebado dado à contribuição paulista, esquecendo-se ou não dando espaço a outras localidades. O Brasil deve ser um conjunto de atributos constitutivos onde todas as unidades federativas encontrem o espaço para mostrarem seu valor. O livro trata apenas de uma região do Brasil, seus usos e costumes na vida material durante um lapso de tempo.
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Link para biblioteca dos fransciscanos

quinta, 13 setembro, 2007
Link para biblioteca dos Fransciscanos em Divinópolis
Alô, pessoal!

Abaixo vocês tem o link para entrar direto e consultar o acervo da biblioteca dos Franciscanos em Divinópolis. Lá vocês vão encontrar obras raras e antigas, além de material histórico de inestimável valor acadêmico. A linguagem do site é bastante intuitiva, você encontrará com facilidade o que deseja. São mais de 30 mil volumes.
Um abraço!

www.franciscanossantacruz.org.br


Parlendas
Engenho novo

Engenho novo,
Engenho novo
Engenho novo, Estribilho
Bota a roda
Pra rodar.

Eu dei um pulo,
Eu dei dois pulos,
Eu dei três pulos,
Desta vez pulei o muro,
Quase morro de pular.

Capim de planta,
Xiquexique,
Mela-mela,
Eu passei pela capela,
Vi dois padres no altar.



Pezinho
Ai bota aqui , ai bota aqui
O teu pezinho.
O teu pezinho Bem
juntinho com o meu .

e depois não vai dizer
que você já me esqueceu.

E no chegar deste teu corpo,
Um abraço, quero eu.

Agora que estamos juntinhos,
Me de um abraço e um beijinho.


O cravo e a rosa

O cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada.
O cravo saiu ferido
E a rosa despedaçada.

O cravo ficou doente
A rosa foi visitar.
O cravo teve um desmaio,
A rosa pôs a chorar.
Ciranda , cirandinha

Ciranda , cirandinha
Vamos todos cirandar.
Vamos dar a meia-volta
Volta e meia vamos dar

O anel que tu me destes
Era de vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.

Ciranda , cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos ver a fernandinha
Que já esta para se casar.

Por isso fernandinha
Faz favor de entrar na roda
Diga um verso bem bonito
De adeus e vá embora.



Periquito Maracanã .

Periquito Maracanã ,
Cadê a tua Iaiá ?

Faz um ano, faz um dia
Que não vejo ela passar.

Ora vai chegando, ora vai chegando.

Ora vai afastando, ora vai afastando.

Ora vai pulando, ora vai pulando.

Ora vai rodando, ora vai rodando.


Caranguejo

Caranguejo não é peixe,
Caranguejo peixe é .
Caranguejo só é peixe
Na vazante de maré.

Palma , palma,palma.
Pé, pé , pé.
Roda, roda, roda.
Caranguejo peixe é.

Caranguejo não é peixe,
Caranguejo peixe é.
Caranguejo só é peixe
Na enchente da maré.


Pirulito

Pirulito que bate, bate.
Pirulito que já bateu .
Quem gosta de mim é ela ,
Quem gosta dela sou eu.

Pirulito que bate, bate.
Pirulito que já bateu.
A menina que eu amava,
Coitadinha já morreu.



A mão direita


A mão direita
Tem uma roseira bis


Que dá flor
Na primavera. bis



Abraçai a mais faceira. bis




A mais faceira
Eu não abraço. bis

Abraço
A boa companheira. Bis



Marcha soldado

Marcha soldado,
Cabeça de papel.
Se não marchar direito ,
Vai preso pro quartel.

Quartel pegou fogo.
Francisco deu sinal
Acuda, acuda, acuda
A bandeira nacional.


Anquinhas

A moda das tais anquinhas
É uma moda estrangulada.
Depois de joelho em terra
Faz a gente ficar pasmada.

Maria, sacode a saia.
Maria, levanta o braço.
Maria tem dó de mim.
Maria, dá-me um abraço!


Eu fui ao Itororó

Eu fui ao Itororó
Beber água e não achei!
Encontrei bela morena,
Que no Itororó deixei.

Aproveite minha gente,
Que uma noite não é nada.
Se não dormir agora,
Dormirá de madrugada.

Ó Maria ,
Ó mariazinha,
Entre nessa roda
Ou ficará sozinha.

Sozinha, eu não fico
Nem hei de ficar,
Porque tenho Marcos
Para ser meu par.



Mulher rendeira.

Olé ! mulher rendeira
Olé!Mulher rendá,
Tu me ensinas a fazer renda
Que eu te ensino a namorar.

As moças de Vila-Bela
Não tem mais ocupação
É só ficar na janela
Namorando Lampião .

Lampião desceu a serra
Deu um baile em cajazeira
Botou as moça donzela
Pra cantá mulher rendeira.

O olhar de Najela

Na sala ou na cozinha
Na varanda ou na janela,
Lá vem ela todinha
Vermelha e amarela.

Na rua ou na calçada
Na escola ou na vizinha,
Lá vem ela só ela.
Pulando amarelinha.

Na escada ela sobe
Pra pegar uma estrelinha
Na parede ela pinta
As letras do seu nome.

Nada de tristeza!
Na janela só tem ela
Olha , olha, olha
E não para de olhar
E olha , olha, olha
E não se cansa de olhar


Se esta rua fosse minha

Se esta rua
Se esta rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhantes
Para o meu
Para o meu amor passar.

Nesta rua

Nesta rua, nesta rua
Te um bosque que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele, dentro dele
Mora um anjo
Que roubou, que roubou
Meu coração.

Se eu roubei , se eu roubei
teu coração
tu roubaste, tu roubaste
o um também
se eu roubei, se eu roubei
teu coração
é porque, é porque
te quero bem.


Macaco torrado

Panela no fogo
Barriga vazia
Macaco torrado
Que vem da Bahia
Panela de doce
Pra dona Maria.

Serra , serra serrador
Serra a madeira do seu senhor
Serra em cima e em baixo
Serra madeira do velho Inácio.

Marra-marra , Tim
Carneirinho.
Marra-marra, Tim
Carneirinho.

Palma, palminha.
Palminha da Guine
Pra quando papai vier.
Mamãe dá papinha
Vovó bate o cipó
Na bundinha do neném.

Lá vai a garça voando
Com as penas que Deus lhe deu
Contando pena por pena
Mais pena padeço eu.

Você diz que me quer bem
Eu também quero a você
Onde tem fogo tem fumaça
Quem quer bem logo se vê.

Papagaio come milho
Periquito leva a fama
Cantam uns e choram outros
Triste sina é de quem ama.

O bicho pediu sertão
O peixe pediu fundura
O homem pediu riqueza
A mulher formosura

Mandei fazer um barquinho
Da casca de camarão
O barquinho saiu pequeno
Só coube meu coração .

O formoso pica-pau
Que do pau fez um tambor
Foi tocar alvorada
Na porta do seu amor.

Sou pequenina
Criança mimosa
Trago nas faces
As cores da rosa.

Vamos dar a despedida
Como deu a saracura
Foi andando, foi dizendo:
__ Mau de amores não tem cura.


Manjericão miudinho
Salpicado de ABC
Meu coração só pede
Que eu me case com você.

Não há homem como o rei
Nem a mulher como a rainha
Nem carne como a de boi
Nem comer como farinha.

Batatinha quando nasce
Deita a rama pelo chão
Mamãezinha quando canta
Põe a mão no coração .

Sou pequenina
Da perna grossa
Vestido curto?...
Papai não gosta.

Meu pintinho amarelinho

Meu pintinho amarelinho
Cabe aqui na minha mão
Quando ele quer comer bichinho
Com seu pezinho ele cisca o chão

Ele bate as asas Ele faz piu piu
Mas tem muito medo é do gavião
Ele bate as asas Ele faz piu piu
Mas tem muito medo é do gavião

Como vai amiguinho

Como vai amiguinho como vai
Da nossa amizade nunca sai
Faremos o possível
Para sermos bons amigos
Como vai amiguinho como vai

Como vai professora como vai
Da nossa amizade nunca sai
Faremos o possível
Para sermos bons amigos
Como vai professora como vai


A formiguinha.
Fui ao mercado comprar café
Veio a formiguinha e subiu no meu pé.
Eu sacudi, sacudi, sacudi.
Mas a formiguinha não parava de subir.

Fui ao mercado comprar batata roxa
Veio a formiguinha e subiu na minha coxa.
Eu sacudi, sacudi, sacudi.
Mas a formiguinha não parava de subir.

Fui ao mercado comprar mamão
Veio a formiguinha e subiu na minha mão .
E eu sacudi, sacudi, sacudi
Mas a formiguinha não parava de subir.

Fui ao mercado comprar jerimum
Veio a formiguinha e picou o meu bumbum
E eu sacudi, sacudi, sacudi
Mas a formiguinha não parava de subir.

Rebola, bola.

Rebola, bola
Você diz que dá, que dá.
Você diz que dá na bola.
Na bola você não dá.

Eu sou carioca da gema.
Carioca da gema do ovo.

Rebola bola.
Você diz que dá, que dá.
Você diz que dá na bola.
Na bola você não dá.

Rebola pai, rebola mãe .
Rebola filha
Eu também sou da família
Eu também quero rebolar

Eu sou mineira de Minas
Mineira de Minas Gerais.

Boi da cara preta.

Boi, boi,boi.
Boi da cara preta
Pega está menina
Que tem medo de careta.

Não, não , não .
Não pega ela não .
Ela é bonitinha
E mora no meu coração.

Boi, boi, boi
Boi da cara preta.
Pega este menino
Que tem medo de careta.

Não, não, não
Não pega ele não.
Ele é bonitinho
E mora no meu coração.

Mariquinha.
Mariquinha não vá com os outros.
Mariquinha não vá pra lá.
Mariquinha fica comigo
Que eu tenho um negócio pra te contar.

Não adianta me pedir
Não adianta me implorar.
Com você eu já sofri.
Eu não quero mais ficar.

O marinheiro
O marinheiro, marinheiro,
marinheiro só.
Quem te ensinou a navegar?
Marinheiro só.
Foi o balanço do navio
Marinheiro só
Ou foi o balanço do mar?
Marinheiro só.

Lá vem , lá vem marinheiro só.
Como ele vem faceiro,marinheiro só.
Todo de branco, marinheiro só.
Com o seu bonezinho, marinheiro só.

Cabeça, barriga, perna e pé.

Cabeça, barriga, perna e pé.
Perna e pé.
Cabeça, barriga, perna e pé.
Perna e pé.
De cabo a rabo
Quero ver como é que é.
Cabeça, barriga, perna e pé.
Perna e pé.

Cai, cai balão.

Cai, cai balão.
Cai, cai balão.
Cai aqui na minha mão.
Não cai, não cai não
Não cai não
Cai na rua do sabão.

Capelinha de melão.
Capelinha de melão.
É de são João
É de cravo é de rosa
É de manjericão.
São João está dormindo
Não acorda não
Acordai, acordai
Acordai João.

Calango dê, calango dá.
Calango dê te re re
Calango dá te re re
Como é que fica te re re
Como é que ta.

Dentro da viola tem
Dentro da viola tá
Duas pererecas secas
Pra canta calango dá oi!

Calango de te re re
Calango dá te re re
Como é que fica
Te re rê como é que ta

Meu gogó comeu farinha
Meu gogó comeu fubá
Meu gogó subiu pra riba
Meu gogó não quer voltar.

Calango dê te re re
Calango dá te re re
Como é que fica
Te re rê como é que ta

Violão fosse gente
Que gostasse de cantar
Abandonava as modinhas
Pra cantar calango dá .oi!

Piui, piui , piui.

Piuí, piuí, piuí.
Coloca a mão no meu ombro
Piuí, piuí, piuí.
Não deixa o trem descarrilhar
Piuí, piuí, piuí.
Coloca a mão no meu ombro.
Piuí, piuí, piuí.

Eu sou a máquina e vocês são os vagões .
Os passageiros são os nossos corações.

Eu sou pobre

Eu sou pobre, pobre, pobre
De marre, marre, marre
Eu sou pobre, pobre, pobre
De marre merci.

Eu sou rico, rico, rico
De marre, marre, marre.
Eu sou rico, rico, rico
De marre merci.

Prenda minha

Vou me embora, vou me embora.
Prenda minha tenho muito o que fazer.
Vou me embora, vou me embora.
Prenda minha tenho muito o que fazer.

Tenho de ir para o rodeio
Prenda minha no campo do bem querer
Tenho de ir para o rodeio
Prenda minha no campo do bem querer.

Noite escura, noite escura.
Prenda minha toda noite me atentou.
Noite escura, noite escura.
Prenda minha toda noite me atentou.

Quando foi de madrugada
Prenda minha foi-se embora e me deixou.
Quando foi de madrugada.
Prenda minha foi-se embora e me deixou.

São João da ra rão

São João da ra rão
Tem uma gaita ra raí ta
Quando toca ra ro ca bate nela
Todos os anjos jan ran ran jos
Tocam gaita ra raí ta
Tocam gaita ra raí ta aqui na terra

Ma ria tu vais ao baile
Tu leva o chalé que vai chover
E depois de madrugada
Toda molhada tu vais morrer

Maria tu vais casares
E vou te dares os parabéns.
Vou te dares uma prenda
Saia de renda e dois vinténs.

A pulga e a bicharada.
Pulga toca flauta
Perereca toca violão
O piolho pequenino.
Também toca rabecão.
Pulga mora embaixo
Percevejo mora ao lado
Piolho pequenino
Também mora no telhado.

Lá vem a dona pulga
Vestidinho de balão
Dando braço ao piolho
Na entrada do salão.

Olé mulher rendeira.

Olé mulher rendeira
Olé mulher renda
Tu me ensina a fazer renda
Que eu te ensino a namorar.
Tu me ensina a fazer renda
Que eu te ensino a namorar.

As moças de vila bela
Não tem mais ocupação
É só ficar na janela.
Namorando lampião.
As moças de vila Bela
Não tem mais ocupação
É só ficar na janela
Namorando Lampião.

Acende a fogueira

Um balão vai subindo
Vai caindo a garoa
O céu é tão lindo
E a noite é tão boa.

São João, são João.
Acende a fogueira do meu coração .
São João, São João.
Acende a fogueira do meu coração.

A carrocinha
A carrocinha pegou
Três cachorros de uma vez.
A carrocinha pegou
Três cachorros de uma vez.

Tra lá lá que gente é essa.
Tra lá lá que gente má.
Tra lá lá que gente é essa.
Tra lá lá que gente má.

Minhoca

Minhoca, minhoca.
Me dá uma beijoca.
Não dou, não dou.
Então vou roubar.

Minhoco, minhoco.
Você ta ficando louco.
Você beijou errado
A boca é do outro lado.

O rato
Romeu vê o rato na rua.
Roc...roc...roc...roc...
O rato roi a roda de Rita.
O rato roi a rede da vovó.
Romeu fala:
__Olá! Rato levado!

Jabó é o cavalo de vovô.
Ele tem um ano.
Jabó galopa:
Pacata, pacata, pacata...
Ele come capim.
Agora ele bebe água.
E vai dormir na mata.

O caqui
Quico viu o caqui na pia.
__O caqui é meu, titia?
__O caqui é da Chiquita.
Quico pegou o caqui.
Na sala, Quico escorregou e caiu.
E o caqui voou pela janela.
Quico falou:
__Que pena! O caqui sumiu!


O gato levado

Miau...miau...miau...
O gato da vovó caiu no buraco!
Coitado!Vera pega o gato e leva para a sala.
Ela dá leite para ele.
O gato vê a gaiola na parede.
Ele pula na cadeira e derruba a gaiola.
Vera chama o gato.
Ele vai para o mato.
Vera coloca a gaiola na parede.
Como o gato da vovó é levado!

A gata

Olhem a Mimi!
Mimi é a gata de Guto.
Mimi mia... mia... mia...
Ela tem o pelo macio como o veludo.
Mimi brinca com a bola.
__Que gata safada!


O papagaio.
Mauro tem um papagaio.
O papagaio fica na gaiola.
Um dia a gaiola pegou fogo.
O papagaio falou:
__ Ajuda, Mauro! Apaga o fo-fogo!Apaga lo-logo!
Mauro acudiu e disse:
__ Sai logo, papagaio gago!
Coitado do papagaio!
Ele levou um susto danado!


Sueli e o sapo.

O sapato de Sueli sumiu.
Ela falou:
__Papai, meu sapato sumiu.
__Eu sei. Eu vi o seu sapato no mato.
Sueli foi ao mato.
Ela viu o sapo no seu sapato.
O sapo pulou do sapato de sueli

O papagaio.
Mauro tem um papagaio.
O papagaio fica na gaiola.
Um dia a gaiola pegou fogo.
O papagaio falou:
__ Ajuda, Mauro! Apaga o fo-fogo!Apaga lo-logo!
Mauro acudiu e disse:
__ Sai logo, papagaio gago!
Coitado do papagaio!
Ele levou um susto danado!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

O queijo e os vermes


O queijo e os vermes
FUNEDI/UEMG/ISED
Disciplina: História Moderna.
Professor: Leandro Pena Catão.
Aluno: Geraldo Henrique de Mesquita.
Novembro de 2007.


Resenha: O queijo e os vermes.
Autor: Carlo Ginsburg
Editora: Companhia das Letras. 256 páginas.
1º Edição Companhia de Bolso. 2006

O queijo e os vermes: Uma visão de mundo. A religião sobre análise.

Como mesmo diz o autor “Este livro conta a história de um moleiro friulano – Domenico Scandella, conhecido por Menochio – queimado por ordem do Santo Ofício, depois de uma vida transcorrida em total anonimato”. Menochio nascera em 1532 e morreu em 16 de Julho de 1601.
Mas o mesmo não podemos dizer a respeito do anonimato de Menochio, pelo menos o anonimato póstumo. Carlo Ginsburg, com este livro tornou publico e por que não dizer notório, a existência de Menochio. Temos agora em mãos ao alcance de muitos um relato verídico, pelo menos até onde os documentos podem dar sustentação, de uma existência, de flagrantes de um pensamento de um moleiro, que mesmo de profissão simples, mesmo que tenha viajado pouco, teve contato com leituras e não saiu desse contato imune, com novas idéias.
É licito dizer que Menochio era um homem de coragem e sustenta suas opiniões. Além disso, é um leitor que interage com o que lê, através de suas experiências pessoais, seu raciocínio, reflexões. Não é um leitor passivo que apenas absorve a sua leitura, sem passá-la por nenhum filtro.
Temos através desse livro um retrato mesmo que não muito completo da leitura dos camponeses naquela região que hoje chamamos de Itália, o que liam, como liam, como conseguiam os seus livros, se haviam muitos leitores e o papel desses livros na cultura desse povo.
Vimos que a religião fazia parte da vida das pessoas como uma lei que as governava em tudo. O mundo neste contexto não era um mundo livre, onde se podia dizer o que quer, onde podia debater idéias livremente, impunemente.
A Igreja, após a reforma religiosa, procurava firmar as bases do Catolicismo, e se valia para isso de convenções como as do Concilio de Trento, que normatizava a vida dos religiosos e as pessoas do povo, havia uma espécie de cartilha a ser seguida. A vulgata da Bíblia, após o movimento Luteranista, que se originou e se evolui a partir da Alemanha, aliada a imprensa, ajudou a difundir conhecimentos antes restritos apenas a uma parte do clero. A cultura popular era sobretudo oral.
Com um número pequeno de pessoas que sabiam ler ou que podiam ter acesso a leitura, mesmo a imprensa estando em desenvolvimento e o preço dos livros haverem caído substancialmente, o quadro que desenha a cultura no principio da Idade Moderna é de uma imensidão de analfabetos. A Igreja tentava controlar a todos, não deixando que o seus dogmas e doutrinas fossem discutido e colocados em dúvida. Temia-se que os cristãos perdem-se a fé. E quem quer que seja que aparecia com idéias diferentes daquelas pregadas pelo Padre no púlpito era considerado um herege, contra ele se armava o mundo. Não faltavam delatores, como vimos no caso de Menochio, um moleiro que discutia suas idéias em público, que não aceitava dogmas impostos pela Igreja, que percebia a pompa da Igreja, que via o ódio religioso proibidor de se seguir a crença que quisessem, era um perigo para a comunidade cristã estabelecida. Neste momento nem em sonho poderia se falar em alteridade. Na Igreja não havia espaço para opiniões diversas. Quem não seguia os passos determinados pela Igreja e ainda mais além disso proferia blasfêmia e heresias, tinha que se ver com o tribunal da Inquisição que neste momento tomava rumo, para crescer e tornar-se em estados como a França, Espanha, tempos depois, uma máquina a serviço do Estado para punir as opiniões adversas, principalmente no âmbito religioso. Não podemos nos esquecer que o Estado e a Igreja andavam em consonância nestes assuntos, até porque existia uma religião oficial em qualquer Estado constituído. A Igreja julgava se no direito, como era de fato, a disciplinadora, de condutas. Quem não pudesse ou não quisesse andar conforme suas determinações estava excluído do convívio social, teria que prestar conta por suas opiniões e pensamentos. O tribunal de inquisição estava de olhos e ouvidos abertos para apurar qualquer fato ou boato que viesse contra os dogmas e verdades da Igreja. Não se podia relativizar, as opiniões, a fé, era um campo onde se refletia sobre algo tendo o como verdade absoluta, sem dúvida, sem engano, sem margem para erro.
Além da pena capital, morte na fogueira, conforme o caso e como o tribunal decidisse, havia ainda pena de reclusão, penitências humilhantes, imposições de se deixar claro no vestuário que havia sofrido uma sanção eclesiástica em virtude de um erro.
Vemos claramente que Menochio era um individuo único em relação a outros do seu mesmo nível social. Isso se dá devido a suas idéias e formulações. Pode se dizer que era um sonhador, que sonhava com um mundo melhor, sem tantas diferenças sociais, com liberdade religiosa, podendo manifestar e debater publicamente idéias sobre o que se pensa. Para demonstrar a sua opinião sobre a liberdade religiosa, dizia que o Cristianismo primitivo, não perseguia a outros povos, de religiões diferentes, e exemplifica mostrando a sua opinião, que nascera cristão, seu pai era cristão, seu avô era cristão por isso continuava cristão, se fosse turco, seus pais e avôs fossem turcos se manteria nessa posição. Vê-se claramente a força da tradição no que se refere à escolha de religião nestes tempos de Menochio. Na verdade não havia escolha, se era o que nascia a ascensão social e a liberdade religiosa não existia ou era quase que impossível que se atrevesse que pagasse o preço.
Menochio passara por dois processos no tribunal de inquisição. Do primeiro ele escapa ileso por não se juntar provas suficientes e por o tribunal aceitar o seu pedido de perdão. No segundo ele é julgado culpado pelas acusações de heresias como negação da divindade de Jesus, da virgindade de Maria, da negação de alguns sacramentos, da tese de equivalência de todas as fés dizendo que todos devem se salvar judeus, turcos, pagãos, infiéis, por negar também a existência de Deus e acreditar na mortalidade da alma.
Lendo o livro de Ginsburg chegamos a conclusão um pouco diferente dos juízes de Menochio, percebemos que ele acredita que Deus existe, mas acredita de uma forma um pouco diferente, como acredita na natureza, como que acredita em alguém ou algo, que é parte integrante da natureza, com um intelecto superior, capaz de realizar tudo. A ligação de Menochio com a religião parece-nos uma ligação natural, de quem acredita nas leis naturais do mundo, nas possibilidades do mundo, sem preconceitos, com liberdade, sem leis rígidas e inflexíveis.
O autor elenca uma serie de livros que de acordo com os documentos pode se provar que Menochio leu ou teve contato de alguma forma com eles. Neste período os livros circulavam entre as pessoas relativamente muito mais do que hoje. Os amigos emprestavam livros uns aos outros e um livro ou outro o leitor acabava comprando quando podia. Lia se os livros mais de uma vez e minuciosamente aplicando-lhes é claro o filtro da cultura pessoal.
Menochio leu livros como As viagens de Mandeville, Il fioretto de la bibblia. O primeiro como diz o título trata das Viagens de Mandeville, fala de civilizações que são encontradas no caminho até as Índias, de costumes, crenças, religião desses povos. É um livro que contém muitas fantasias que preenchem as lacunas das dúvidas e incertezas do autor, fala de seres animalizados que habitam ilhas que ficam no itinerário das Índias. O segundo parece ser um comentário livre sobre a Bíblia sobre diversas passagens bíblicas, parece ter a intenção de digerir a bíblia para leitores mais simples.
Estes livros dentre outros que Menochio leu ou teve noticias de alguma forma parecem ter feito um efeito de aflorar um sentimento critico latente deste, e ampliar suas indagações e reflexões.
O livro “O queijo e os vermes” vale a pena ser lido por historiadores, qualquer pessoa que se interesse por assuntos religiosos ou qualquer um que queira conhecer um pouco sobre a cultura religiosa agrária da Itália no século XVI.
Os temas tratados na obra não deixam de serem atuais e são capazes de produzirem reflexões importantes a respeito de alteridade, cultura popular, religião, costumes, leitura, etc.
É importante salientar que Menochio é uma figura singular de seu tempo, com um pensamento diferente de seus iguais. Uma pessoa como ele, com suas idéias não tinha espaço para se expressar. Ninguém compartilha o seu pensamento na aldeia de Montereale, onde viveu.
Cabe a nós que nascemos séculos depois de Menochio fazer o seu julgamento? Será que o julgaríamos inocente? Daríamos a ele a oportunidade de falar, de expressar todas as suas idéias e sentimentos?
O que é certo é que o diferente dificilmente encontra espaço para se sobressair mesmo na sociedade de hoje em dia que talvez não faça tanta segregação religiosa, mas por outro lado segrega sexualmente, politicamente, tira a voz dos menos favorecidos.
Para finalizar: A inquisição não acabou a perseguição às bruxas, aos contrários, o uso da força, da manipulação ainda continua com métodos até mais sofisticados, métodos de exclusão e dominação.
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Geraldo Henrique de Mesquita

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