domingo, 27 de dezembro de 2009

O curso de História da FUNEDI/ISED/UEMG

O curso de História da FUNEDI/ISED/UEMG
Campus de Divinópolis.

Sobre o sentimento inicial, as expectativas iniciais sobre o curso de História.
Da minha parte sei que o curso a respeito das expectativas iniciais não corresponde ao que deseja o aluno no início do curso que chega desejando um conhecimento enciclopédico, reunido, organizado, metrificado e ao contrário o objetivo do curso é desconstruir esse pensamento e preparar os ingressantes para serem sujeitos de sua aprendizagem, não meros espectadores estatelados diante de um conhecimento que se apresenta puro, limpo, sem impurezas. O curso de História é para pessoas corajosas, para pessoas que não temem o "caos" a "desordem”. Ele não é um curso metrificado, explanado, contido em um copo que se pode beber todo o seu líquido. Ele é bem mais do que isso, é mais que um líquido que se resume ao espaço de um copo ou qualquer coisa que o valha, ele é imperfeito, ele não é diretivo, condicionado, resumido, não está pronto, não se encontrada sentenciado, ele está atrás das aparências, convidando a uma incursão perigosa, ele coloca em dúvida, ele se certifica...

Disso estou certo, que estamos certo disso... Não podemos parar por aqui... Trago em mim um pouco de cada colega um pouco de cada professor e cada um desses que convivi leva consigo um pouco de mim, por isso nunca nos separaremos, estaremos convictos das nossas necessidades, dos nossos desejos, das nossas imperfeições... São quatro anos que estivemos juntos presente de corpo e alma, de agora em diante estaremos, em convicção, em idéia, às vezes não realmente, mas de fato, nas palavras, nas ações, nos pensamentos...
Obrigado a todos...

Obriguem-se a levar um pouco de cada um dentro de si em qualquer que seja a parte por onde levem seus pensamentos, seus passos, suas ações, seus textos, suas opiniões. Não se pode viver imune da doença de dar opinião depois de se fazer um curso de História onde estiveram reunidas sobre uma instituição de ensino, mentes e corpos maravilhosos. Acreditem nisso... Acreditem que são especiais: alunos e professores.
Sejam especiais... Serão especiais a partir do momento que acreditarem nisso...
Geraldo H. Mesquita.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Resumo ( Capítulo IV - Casa Grande e Zensala)

Resumo
Capitulo V, por Geraldo Henrique de Mesquita.
Casa grande e senzala.
De Gilberto Freire.

O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro.

O autor inicia dizendo da precocidade dos meninos do século XVII e XVIII que a partir dos nove anos de idade, já eram vestidos como homens obrigados a mesma gravidade de gestos, atirados aos mesmos vícios e costumes dos rapazes e homens feitos. Relata-nos que a vida sexual destes meninos já começava desde esta tenra idade, não raramente adquirindo já bem jovens doenças venéreas como sífilis e gonorreia. As meninas escravas eram perseguidas pelos seus senhores, desde quando se apresentava com formas de mulher, por isso a grande quantidade de filhos bastardos dos senhores de engenhos, e até de padres. Observando essa precocidade pode se presumir que o período da pré-adolecência e adolecência foi um conceito criado posteriormente a esse contexto. No entender das pessoas da época os meninos passavam de meninos-diabos a homens feito, numa espécie de ritual de passagem, que aos contemporâneos de hoje parece algo mágico. Os meninos após a primeira comunhão, após as primeiras letras na escola, os cálculos e um pouco de latim já estavam preparados, ou melhor, teriam que se comportarem como adultos.
As primeiras letras eram ministradas em casa do senhor de engenho, por professores contratados para tal, nas escolas sob responsabilidade dos clérigos. Nem todos tinham acesso à escola. Nas fazendas como bem diz ou autor estudavam às vezes juntos sob o jugo do mestre e sua palmatória as lições decoradas, o latim, as orações, cálculos, crianças brancas, muitas das vezes misturadas com mulatos, pardos e às vezes algum moleque negro. A literatura nos dá informações importantes a respeito dos professores destas crianças: havia professores brancos, mulatos e até negros.
Nesta época quando no Brasil havia vice-reis, havia recomendação por incrível que se pareça que não se negasse o acesso às primeiras letras até as crianças de pele mais escura, recomendações estas feitas aos padres jesuítas, que em sua maioria das vezes era ignorada e desrespeitada.
A miscigenação era algo que acontecia de fato, apesar de haver restrições do casamento de brancos com escravos, que era considerado como elemento degenerador do sangue.
Embora houvesse muitas pessoas que se amasiavam com outras de cor de pele diferente. Sem falar de filhos ilegítimos que nos testamentos, quando filhos de senhores com escravas, comumente alcançavam alforria, alguns eram até aquinhoados com algum bem.
A religiosidade estava presente em todos os atos da vida das pessoas. Havia senhores de engenho devotos de santos, freqüentadores assíduos da missa, onde levavam toda a família. Nos engenhos era comum haver capela e padre capelão, para se fazer todas as funções religiosas.
Quanto ao vestuário há coisas curiosas e incompreensíveis para nós: apesar do Brasil ser um país tropical que na maior parte do ano enfrenta temperaturas altas, registrava-se principalmente nos centros maiores o acompanhamento do gosto e moda de países europeus de clima frio, com roupas grossas e pesadas, parecendo que a moda era um fardo que deveria ser carregado por pessoas mais endinheiradas. No recesso das casas, se dispensava tais excessos, os senhores ficavam em manga de camisa e as senhoras usavam trajes leves e largos, mais adequados ao clima. As ricas senhoras de engenho gastavam grandes somas em dinheiro para o seu vestuário de festa.
Era comum negros exercerem profissões como cozinheiro, barbeiro, músicos, etc.
Os meninos de engenho brincavam quando não estavam obrigados a escola e soltos sem obrigações a cumprir, acostumados a fazer nada, de arapuca, de namorar com as negrinhas e primas, e vários outros jogos e brincadeiras.
As estradas de ferro a partir de 1850 facilitaram a internação dos meninos nos colégios religiosos onde estudavam Aritmética, Geografia, Latim, Francês, Caligrafia e música.
Nos dizeres do autor havia mais higiene, na cozinha das negras e no corpo dos escravos do que muitas das vezes, no ambiente branco.
Quanto a educação das meninas, havia uma grande rigidez, eram criadas para serem acanhadas e humildes respeitosas de seus pais. O namoro das filhas de família era sério, com apenas mão na mão e pouca conversar com vigilância dos pais. Tinham que ser fiéis aos maridos. Eram vítimas da brutalidade e da incompreensão do marido e sofriam até maus tratos e havia muitos casos que pelo ciúme e a fofoca de outros eram mortas por seus pais ou maridos. Estes casos eram levados à justiça que no século XVII já punira alguns casos.
Os estrangeiros que aqui vinham ao Brasil, os que deixavam algum registro ou na literatura ou em alguma outra obra consideravam a mulher brasileira, sobretudo as pretas e mulatas como menos “compostura” que as brancas, embora houvesse relatos que diziam coisas de mulheres brancas que desabonavam o mal procedimento de algumas.
Não nos esqueçamos também o uso de as mulheres brancas fazia de suas escravas, umas eram usadas e exploradas sexualmente, outras eram auxiliares em seus desvios de conduto sexual.
O açúcar no dizer do autor era um elemento que forjava a personalidade dos homens em pequena medida, mas mais a fundo a medida que exigia um comportamento diferente dos senhores de engenho, por precisarem de “mãos e pés” para o trabalho que era forçado. Os escravos viviam uma vida de sofrimentos e trabalhos e os senhores graças a riqueza que lhes proporcionava o açúcar uma vida confortável, de muita moleza e descanso nas redes, com tempo para perseguir as escravas, receber o cuidado que até na higiene pessoal não dispensava o auxilio de escravos.
Ao final da vida aos senhores era despendido grande luxuosidade nos enterros e havia muitas demonstrações de fé e religiosidade gastando muito dinheiro com os funerais.

Análise do papel de eventos como as grandes navegações, a formação do Estado Nacional, o humanismo e a reforma religiosa na formação do mundo moderno.

Quando se fala em mundo moderno tenta-se entender que ele passou a existir não de um momento para outro como o datamos: a partir de 1453, ano em que Constantinopla fora tomada pelos turcos. Mas sim sendo fruto de uma série de eventos que a partir de suas análises entenderemos que contribuíram para a formação de um novo homem, fruto de seu tempo e das transformações ocorridas nesta época. Homem este sujeito das ações que ocorreram no período moderno.
Antes de tudo é preciso saber o significado desta palavra moderno.
Poderíamos dizer que é o oposto de antigo, ou melhor, o fruto do antigo, mas desta feita reelaborado, discutido, transformado.
Talvez os homens modernos tenham percebido que estavam adentrando em um novo tempo quando viram que as coisas estavam mudando, quando viram que os paradigmas mudavam, que as mesmas explicações não serviam para explicar as novas dúvidas. Perceberam que não mais primordialmente reproduziam o passado, as palavras, explicações antigas, obras, observações; mas sim tentavam tendo o passado como ponto de partida para inovações, mudanças, deixando o que era antes somente uma experiência contemplativa e de aceitação com relação à natureza, os escritos, a Igreja, o mundo em geral; em algo renovador, transformador. Agora havia uma transformação que mudava a natureza do pensamento e das ações: um aperfeiçoamento do antigo pelo novo.
Deste modo podemos analisar as várias questões propostas como o que cada item da questão que foi proposta contribui para que acontecessem mudanças e se consolidasse com o tempo este mundo moderno.
Foram muitos os fatores que determinaram à passagem deste mundo onde havia verdades absolutas, o ser humano era preso a idéias impostas pelos detentores do saber e o pensamento era limitado a concepções antigas, impedindo mudanças radicais.
Podemos falar de alguns elementos que contribuíram de forma decisiva ao longo do tempo, para a concretização deste novo mundo, feito, sobretudo de idéias e de homens a frente de seu tempo, com a cabeça aberta para novas perspectivas.
As grandes navegações serviram para difundir os conhecimentos da época, conhecer novas culturas, invenções, saberes, expandir o comércio, conhecer o outro, aumentar a experiência humana, associando saberes como a astronomia, cartografia e técnicas de construção e navegação de navios, além da desmitificação do desconhecido.
Os navegadores e descobridores Espanhóis, Portugueses e Franceses deram o pontapé inicial para a dominação política e econômica dos povos encontrados enquanto desfaziam-se mitos a respeito do outro (o bom selvagem) e do “mar tenebroso”. Sem falar que o mercantilismo aliado às ambições políticas e religiosas foi em grande media o impulsionador dessas navegações. Neste contexto pos se claro a visão etnocêntrica destes desbravadores e comerciantes em todas as atitudes com os povos encontrados. Através dessas grandes navegações que auxiliaram a difusão de novas visões de mundo, textos, relatos, pessoas, estudiosos que circulavam com um pouco mais de facilidade, o mundo tornou-se mais interligado, propenso a circulação dos saberes.
Com a crise do sistema feudal, que fragmentava as terras na Europa, em propriedades conhecidas como feudos, onde havia uma relação de vassalagem e suserania, aparecem os primeiros burgos.
Os senhores feudais perdem muito de seus poderes para o rei que conseguira após longos esforços unir forças ao redor de si, criando um exército profissional, moeda própria, poder de gerir com impostos, administração e certo “controle” da Igreja, não deixando que ela fosse um elemento sobrepujante neste novo modelo. A Igreja tem que cuidar apenas de assuntos referentes à fé, deixando os assuntos econômicos e políticos para o Estado.
Nesse contexto, o rei é a figura central, que consegue criar uma estrutura burocrática, onde a nobreza em geral recebe cargos administrativos e contribui de forma a fortalecer o regime de Estado Absolutista, onde encontrarmos exemplos na França e na Inglaterra.
Pode-se dizer que os Estados Nacionais, que tiveram seu desenvolvimento e consolidação no período moderno marcaram um novo jeito de ser; um governo centrado na figura de um nobre que centralizara o poder em suas mãos com a criação das monarquias modernas concentrando poder político e às vezes até religioso em suas mãos. Esse soberano reuniu leis, formou uma aristocracia e uma organização administrativa e burocrática onde o território de seus domínios constituía uma unidade política, administrativa e territorial, criando um sentimento que com o tempo se tornou em sentimento de pertencimento a um determinado lugar e crenças.
O sistema de servidão chegou ao fim embora a situação dos camponeses continuasse difícil, dependendo de terras de outros para cultivar. A prestação pelo uso da terra passou a ser em espécie, ao invés de trabalho como era antes. Isso contribuiu para o êxodo rural e a formação de burgos, onde esses camponeses tiveram que se adaptar a novas funções, transformando-se em artesãos ou mesmo ficando a margem da sociedade e das decisões, ocupando empregos e fazendo trabalhos com remuneração baixa.
Do humanismo podemos dizer que contribuiu para modernidade à medida que muda a visão do mundo que dantes era centrada na religião e em preceitos como o geocentrismo, que é posto por terra com a invenção do telescópio e as formulações de Galileu Galilei. Nas artes como a pintura e a escultura vemos o conceito de moderno se manifestar como aperfeiçoamento do antigo (antiguidade clássica), em releituras, onde se reproduzia o corpo humano e a imagem de deuses romanos ou gregos. Sem falar da visão Aristotélica especulativa tornada em uma visão e interpretação baseada na observação e na razão: É o advento do método cientifico que estabelece etapas e processos para se chegar a conclusão a respeito de qualquer coisa. Pode-se dizer que o Tomismo colocado em dúvida, o que antes era examinado a luz da fé e da razão e em caso de dúvida a fé sobrepujaria a razão; agora é examinado a luz da ciência. È um mundo em transformação onde conceitos antigos convivem com novos e estão em disputa. De certa maneira é lançado um germe de pensamento que irá crescer mais adiante onde o homem começa a se ver como ser único e dono de seu destino. Estes grandes debates filosóficos tiveram seu desenvolvimento no meio acadêmico e era difundido pouco a pouco com o uso da imprensa que veio a calhar.
A Igreja que era considerada como detentora de todo o saber elaborado, que reproduzia obras clássicas, por exemplo, a Bíblia, mas que mantinha tudo sobre o seu domínio, restringindo o acesso a esses livros somente aos clérigos e seus doutores, teve esse monopólio do saber e da exegese cristã dividido. Com o advento das reformas foi obrigada, sem querer, a mudar.
Assim que explodiram, e se tornaram públicas as 95 teses de Lutero, teses estas que condenavam algumas praticas religiosas, o antigo teve que ser revisto, na melhor tradução de moderno,
A tradução da Bíblia, para a língua vulgar, tornou-a possível de ser lida e repensada. Surgiram novas interpretações e foram colocadas em discussão verdades tidas como absolutas e dogmas mantidos até então.
A reforma, mais que uma reforma religiosa, também de certa forma foi também política; mexendo com interesses de príncipes e reis em paises por onde ela grassou, sem falar do reavivamento de instituições religiosas que tinham poderes modestos até então como, por exemplo, o tribunal da inquisição.
Quando o pensamento muda com as discussões e com as evidencias, muda também as ações. Por isso mesmo, essa reforma não foi só religiosa, na proporção que promoveu a separação gradual entre Estado e Igreja; mas nitidamente entre nobreza e clero. Seria também uma mudança de visão dantes cosmogônica para uma visão antropocêntrica. Foi a secularização do saber que Lutero, com suas teses e a tradução da Bíblia iniciou.
Lutero acreditava que só a fé poderia salvar o homem, que a Bíblia e a palavra de Deus aos homens, por isso ela deveria ser lida por todos os fieis, sem intermediários para fazer interpretações. Era também contra o celibato clerical.
A reforma religiosa abriu margens para discussões de assuntos de outras ordens como assuntos que na nossa contemporaneidade são tidos como científicos. Fez com que também a igreja católica reformulasse seus dogmas e orientações provocando a realização do Concilio de Trento, que acabou com a venda de indulgências e reformulou a sua catequese.
Neste mundo moderno houve uma mudança gradual que se efetivou com a separação entre fé e razão; o que de certa forma propiciou um homem mais voltado para si mesmo, onde houve a mudança de um pensamento coletivo (Somos um), para o pensamento individual (Sou eu), que se desenvolveu plenamente no mundo moderno para se torna uma realidade no mundo contemporâneo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Disponho

Disponho do seu sorriso
Como o sol dispõe do seu calor
A luz da lua brilha, assim mesmo
Estou me sentido ansioso pelo futuro
Olhando muitas vezes para o passado
Sem medo de tentar e de lutar
Cada luta pode ser um sinal de vontade, de ardor e desejo por coisas novas
Eu me levo nos meus próprios enganos
Me desfaço em abraços quando vejo meu amor
Derreto na sua boca como açúcar
Busco o ideal, busco o legal
Busco a sua boca, o seu beijo
Busco o ensejo, o desejo
Lanço fora o medo

O passado passou
O futuro nos espera
O futuro é inalcançável
É um lugar sem certeza
É um pouco do passado

Não sei o que é feito de mim
Nem sei o que faço de mim mesmo
Busco desafios, busco trilhar novos caminhos
Quero também andar nos velhos caminhos

Quero estar junto de você sempre que posso...
Musa minha, amada minha, ilusão certeira, pensamento incerto...

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