quarta-feira, 18 de março de 2009

Mulher em segunda pele

De se passar
Sem pesar
Olhar lisonjeiro
De pasmar
e de olhar
Qual anjo fosse
Pobre alma
De grandes asas
De amores e lugares que não se tem alhures
De algozes, piores.
Quem quereria ter
Um sonho em belo corpo de mulher
Mulher em segunda pele
De ouvir e de dizer
No prazer, sem lisonja
De quem afronta o tempo
De quem trata o tempo
Com todo o tempo que o tempo tem
de amores, de sabores, dissabores,
de par em para, ímpar
sem fissuras, sem ranhuras
imagem ideal, "new deal"
novo, ovo, "ab ovo".
Que busca na vida o que na vida se dá
pouco se me dá
O que lhe trouxe o mundo
um mundo, imundo
Banhado em sangue e em morte,
Um mundo distante, errante
vagando pelo mar, senhorado
Pelas augúrias, discrepantes, periclitantes de supremas desventuras.
Quando me lanço nesse olhar,
sem olhar, nessa boca de desejo,
Nesse mar infindável, insondável, insaciável, precário, de amor, ternura e sonho, não sei dizer o que quer dizer no meu coração, qual canção e oração de paz.
Se te vejo, vejo o ensejo de amor e pejo, se tocos seus lábios com a minha boca, se se passa-se o tempo, tempo nenhum indubitável, inefável, inconstestável, não vejo o tempo, no seu intento fortuito da loucura do instante,onde se derrama, se aclama, beijo, reclama o maior amor maior que não há em lugar nenhum em nenhum lugar, dissipa-se, passa-se por lamúrias....

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