domingo, 10 de janeiro de 2010

O curso de História

Já são passados poucos dias que terminaremos o curso de História, iniciado em Fevereiro de 2006 onde convivemos com pessoas bem diferentes mais que têm algo em comum: o gosto pela História. Algo capaz de unir uma turma durante quatro anos, em uma luta pelo aprendizado, pelo conhecimento e por notas para de um período para outro. Conhecemos diversas pessoas com perfis diferentes, com sonhos bem semelhantes: ter um curso superior, ser formado especificamente em História. Ter uma profissão: educador/professor e ainda mais ingressar em uma sala de aula, ter a frente de nós, jovens, adolescentes, que nem sempre estão interessados em uma educação formal.
Quando entramos para o curso, aceitamos um desafio: sermos cidadãos críticos, leitores criteriosos, alunos inconformados com o senso comum, ávidos por conhecimento. O desafio era bem mais do que isso: era preciso deixarmos de ser pessoas comuns para sermos algo mais, para buscarmos algo mais... sermos cidadãos políticos, olhar o mundo com um olhar penetrante, virá-lo ao avesso, fazer uma revolução de idéias...
Mas a maior revolução acontece e aconteceu dentro de nós mesmos...
Pode ter havido também um certo sentimento de frustração, alguma expectativa não cumprida, talvez o choque de realidade ao ver que o sonho não era realmente aquilo que nossas ilusões tentavam jogar diante de nossos olhos.
Talvez pensasse alguém que pudesse um Historiador ou Professor de História ficar rico, se enriquecer com suas pesquisas, com o tombamento de bens materiais e imateriais, ou ainda que pudesse haver uma fama instantânea...
O Historiador dessa forma seria um super-herói, alguém que tem informações valiosas e até poderosas em seu poder, que tem um conhecimento enorme, enciclopédico, volumoso, colossal, um incrível devorador de livros, que sabe de datas, de fatos, de nomes, de grandes acontecimentos que marcaram o mundo, as pessoas, que tem uma enorme pá em suas mãos, que sabe o caminho para grandes tesouros.
Depois disso, depois do curso de História, estou a pensar que o Historiador é um homem muito comum que é justamente igual a outros homens exceto pelo fato de ser consciente de sua pequenes, de sua ignorância, de ser mais humilde que muitos por isso está aberto a palavras, a escutar, a procurar, a perguntar. O Historiador não está contente com o que satisfaz a grande maioria das pessoas que habitam o planeta terra. Ele entende que seu conhecimento das coisas é pequeno por isso vai atrás das respostas. Ele leva suas perguntas, suas dúvidas, seus anseios, suas necessidades para criar a investigação. Com uma pergunta ele vai atrás da resposta. Ele entende que não há conhecimento pronto e acabado. Ele não está satisfeito com versões. Ele não entende que um assunto se esgotou, ele está sempre atrás de novas possibilidades, representações, simbologias, legitimações, olhares, usos, entendimentos, etc.
Ele busca a verdade, ele se ocupa da verdade, mas entende que existe “verdades” e não “verdade”... Ele busca entender o porquê dessas verdades. Ele está atrás de novas evidências, de novos olhares e abordagens.
Geraldo. H. Mesquita.

Um comentário:

  1. É isso aí Geraldo, falou tudo! Agora vamos em busca de nossas verdades, mas com diria Sônia Viegas, "a verdade não existe pronta. Tem que ser inventada, descoberta. E o critério para a gente saber que descobriu a verdade é a intensidade com que vivemos cada momento"

    Um abraço do seu amigo
    Vinícius

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