quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Resumo ( Capítulo IV - Casa Grande e Zensala)

Resumo
Capitulo V, por Geraldo Henrique de Mesquita.
Casa grande e senzala.
De Gilberto Freire.

O escravo negro na vida sexual e de família do brasileiro.

O autor inicia dizendo da precocidade dos meninos do século XVII e XVIII que a partir dos nove anos de idade, já eram vestidos como homens obrigados a mesma gravidade de gestos, atirados aos mesmos vícios e costumes dos rapazes e homens feitos. Relata-nos que a vida sexual destes meninos já começava desde esta tenra idade, não raramente adquirindo já bem jovens doenças venéreas como sífilis e gonorreia. As meninas escravas eram perseguidas pelos seus senhores, desde quando se apresentava com formas de mulher, por isso a grande quantidade de filhos bastardos dos senhores de engenhos, e até de padres. Observando essa precocidade pode se presumir que o período da pré-adolecência e adolecência foi um conceito criado posteriormente a esse contexto. No entender das pessoas da época os meninos passavam de meninos-diabos a homens feito, numa espécie de ritual de passagem, que aos contemporâneos de hoje parece algo mágico. Os meninos após a primeira comunhão, após as primeiras letras na escola, os cálculos e um pouco de latim já estavam preparados, ou melhor, teriam que se comportarem como adultos.
As primeiras letras eram ministradas em casa do senhor de engenho, por professores contratados para tal, nas escolas sob responsabilidade dos clérigos. Nem todos tinham acesso à escola. Nas fazendas como bem diz ou autor estudavam às vezes juntos sob o jugo do mestre e sua palmatória as lições decoradas, o latim, as orações, cálculos, crianças brancas, muitas das vezes misturadas com mulatos, pardos e às vezes algum moleque negro. A literatura nos dá informações importantes a respeito dos professores destas crianças: havia professores brancos, mulatos e até negros.
Nesta época quando no Brasil havia vice-reis, havia recomendação por incrível que se pareça que não se negasse o acesso às primeiras letras até as crianças de pele mais escura, recomendações estas feitas aos padres jesuítas, que em sua maioria das vezes era ignorada e desrespeitada.
A miscigenação era algo que acontecia de fato, apesar de haver restrições do casamento de brancos com escravos, que era considerado como elemento degenerador do sangue.
Embora houvesse muitas pessoas que se amasiavam com outras de cor de pele diferente. Sem falar de filhos ilegítimos que nos testamentos, quando filhos de senhores com escravas, comumente alcançavam alforria, alguns eram até aquinhoados com algum bem.
A religiosidade estava presente em todos os atos da vida das pessoas. Havia senhores de engenho devotos de santos, freqüentadores assíduos da missa, onde levavam toda a família. Nos engenhos era comum haver capela e padre capelão, para se fazer todas as funções religiosas.
Quanto ao vestuário há coisas curiosas e incompreensíveis para nós: apesar do Brasil ser um país tropical que na maior parte do ano enfrenta temperaturas altas, registrava-se principalmente nos centros maiores o acompanhamento do gosto e moda de países europeus de clima frio, com roupas grossas e pesadas, parecendo que a moda era um fardo que deveria ser carregado por pessoas mais endinheiradas. No recesso das casas, se dispensava tais excessos, os senhores ficavam em manga de camisa e as senhoras usavam trajes leves e largos, mais adequados ao clima. As ricas senhoras de engenho gastavam grandes somas em dinheiro para o seu vestuário de festa.
Era comum negros exercerem profissões como cozinheiro, barbeiro, músicos, etc.
Os meninos de engenho brincavam quando não estavam obrigados a escola e soltos sem obrigações a cumprir, acostumados a fazer nada, de arapuca, de namorar com as negrinhas e primas, e vários outros jogos e brincadeiras.
As estradas de ferro a partir de 1850 facilitaram a internação dos meninos nos colégios religiosos onde estudavam Aritmética, Geografia, Latim, Francês, Caligrafia e música.
Nos dizeres do autor havia mais higiene, na cozinha das negras e no corpo dos escravos do que muitas das vezes, no ambiente branco.
Quanto a educação das meninas, havia uma grande rigidez, eram criadas para serem acanhadas e humildes respeitosas de seus pais. O namoro das filhas de família era sério, com apenas mão na mão e pouca conversar com vigilância dos pais. Tinham que ser fiéis aos maridos. Eram vítimas da brutalidade e da incompreensão do marido e sofriam até maus tratos e havia muitos casos que pelo ciúme e a fofoca de outros eram mortas por seus pais ou maridos. Estes casos eram levados à justiça que no século XVII já punira alguns casos.
Os estrangeiros que aqui vinham ao Brasil, os que deixavam algum registro ou na literatura ou em alguma outra obra consideravam a mulher brasileira, sobretudo as pretas e mulatas como menos “compostura” que as brancas, embora houvesse relatos que diziam coisas de mulheres brancas que desabonavam o mal procedimento de algumas.
Não nos esqueçamos também o uso de as mulheres brancas fazia de suas escravas, umas eram usadas e exploradas sexualmente, outras eram auxiliares em seus desvios de conduto sexual.
O açúcar no dizer do autor era um elemento que forjava a personalidade dos homens em pequena medida, mas mais a fundo a medida que exigia um comportamento diferente dos senhores de engenho, por precisarem de “mãos e pés” para o trabalho que era forçado. Os escravos viviam uma vida de sofrimentos e trabalhos e os senhores graças a riqueza que lhes proporcionava o açúcar uma vida confortável, de muita moleza e descanso nas redes, com tempo para perseguir as escravas, receber o cuidado que até na higiene pessoal não dispensava o auxilio de escravos.
Ao final da vida aos senhores era despendido grande luxuosidade nos enterros e havia muitas demonstrações de fé e religiosidade gastando muito dinheiro com os funerais.

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