terça-feira, 28 de julho de 2015

Atavios

Por que se atavias?
Entre fios e pavios
Se onera seu sonho que custa a vingar
Na esperança de quimeras loucas
Se não sabes o que a vida de ti quer
Se o sonho não se acaba com a realidade
Se não rasgas o véu do sonho
E não te acaloras no sol poente
Entrementes, entretanto não divagas nas vias
Onde devias, desviar teu olhar
Na vaga, ondas vagas do mar
No céu tem tantas estrelas
Queria uma para ser só minha
Em meu céu
De sonho
Em que arremedo a felicidade
A autoridade de meu alterego
Não vislumbro o que me alhumbra os olhos
Sem parar, sem cessar, no mundo em vão
Nos sonhos que se vão
Quando os sonhos se esvaem entre os dedos
Nos fios de cabelos compridos,
Comprimidos em meus dedos
segredos escassos das palavras incontidas, irrefletidas
De ontem e hoje, a promessa do amanhã
Se vai na doce vã sabedoria
Nos provérbios de outrora
Sem demora, na morosa tarde de outono
Onde as folhas caem e são levadas pelo vento
Sem pesar que a primavera um dia vai chegar
Nos solstícios, e nos equinócios
Onde me aprouvera achar as diferenças
De tantas e poucas coisas
Onde estás, onde estarás
Quando o meu pensamento for te buscar
Os meus olhos te emoldurarão na ternura
Nos olhos meus vai ficar o brilhos dos olhos teus
Essa que eu busco e rebusco
Nas antologias, nas profecias
Nunca mereceu os versos meus
Mas mesmo assim lhe dou todos
De modo algum, ficaram de fora ou este ou aquele
E quem sabe a vida angústia de quem vive,
A alegria glória de quem sonha
Te traga aqui,
Me leve daqui tão leve é o vento
Que nem lamento, o tempo que passou e eu perdi
Na sua procura,
Embora estivesse sempre aqui diante dos meus olhos
No alcance de minhas mãos
Não soubera eu aproveitar
O sonho que se mostrava real e não pudera ser
Como as flores que desabrocham na esperança que alguém venha
admirar a beleza delas...
(Geraldo. H. Mesquita)

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